terça-feira, 28 de abril de 2009

Novo Enem permite análise da evolução do ensino

A proposta metodológica do Ministério da Educação (MEC) para o Novo Enem pretende que o desempenho dos alunos possa ser comparado de um ano para o outro, identificando se as provas estão muito desequilibradas e se os alunos estão aprendendo melhor as matérias. Para isso, a análise será qualitativa, pois privilegiará as questões, e não a quantidade de acertos. Assim, uma possibilidade será repetir cerca de 20% das questões de um ano para o outro, para identificar se o número de acertos aumentou ou diminuiu. Outra forma é fazer uma prova calibrada, com base em uma escala de proficiência, com questões previamente testadas em um grupo de pessoas. Cria-se assim uma espécie de régua para medir os conhecimentos dos alunos sobre cada uma das habilidades cobradas. Este é o modelo utilizado, por exemplo, pelo Toefl, que mede proficiência em inglês.


Inspiração vem dos EUA

Qualquer semelhança não é mera coincidência. A inspiração para o Novo Enem é o SAT Reasoning Test, exame nacional americano que testa o raciocínio e a aptidão acadêmica. Existente desde a década de 40, a prova é composta por questões objetivas, discursivas de interpretação de texto, redação e matemática. O SAT é utilizado sete vezes ao ano nos Estados Unidos e seis vezes no exterior, como processo seletivo para a maioria das universidades. É válido por cinco anos e pode ser feito diversas vezes. Além dele, algumas universidades aplicam o SAT 2, uma segunda prova em que o candidato escolhe duas ou três matérias específicas para ser avaliado. No caso do Enem, a aplicação de uma segunda forma de avaliação também será viável, sendo que as universidades precisarão escolher uma das quatro maneiras possíveis. Uma nota alta no SAT, no entanto, não garante aprovação, já que as instituições americanas também analisam o perfil do estudante.


Definições

A Universidade Federal de Uberlândia (UFU), a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) são algumas das instituições federais que decidiram utilizar o Novo Enem para a seleção 2010. As universidades têm até o dia 8 de maio para decidir se vão optar pela nova avaliação já neste ano e qual das quatro modalidades possíveis devem utilizar (entenda cada uma delas clicando aqui). Segundo um levantamento do jornal Folha de S. Paulo publicado hoje, cerca de 25 das 55 universidades federais devem utilizar o Enem neste ano, e 14 delas tendem a utilizar somente esta etapa para selecionar os estudantes (veja a matéria na íntegra aqui).

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