sexta-feira, 17 de abril de 2009

Novo Enem divide opiniões

A unificação dos vestibulares federais está realmente dando o que falar e está gerando polêmica. No último dia 15 de abril, cerca de 200 manifestantes, em sua maioria estudantes, fizeram uma passeata da Avenida Paulista à Praça da República, no centro de São Paulo. O objetivo era promover um encontro o atual secretário estadual da Educação, Paulo Renato de Souza, para defender o fim do vestibular tradicional e a sua substituição pela “avaliação seriada” (exames aplicados ao final de cada ano do Ensino Médio), além de demonstrarem a insatisfação com o novo Enem. Também queriam entregar um manifesto em defesa da educação em São Paulo e reivindificar mais democracia nas escolas estaduais.

Paulo Renato se declarou, na última quarta-feira, contrário ao novo Enem, por considerar que o exame funciona bem para avaliar estudantes de ensino médio e que o mesmo não se aplica aos processos de seleção para universidades. Além disso, ele acredita que o Enem ficará descaracterizado, se sofrer as alterações propostas. Já Fernando Haddad, ministro da Educação, posicionou-se frontalmente contrário às críticas de Paulo Renato, afirmando que cerca de 77% das pessoas que fazem o Enem hoje querem uma vaga na universidade, principalmente por causa do ProUni. O Enem foi criado na gestão de Paulo Renato de Souza, durante seu mandato como ministro da Educação.

Além dos estudantes, outros também afetados com a mudança serão os cursinhos pré-vestibulares. Representantes de vários cursinhos já reclamaram à mídia pela demora nas decisões a respeito do novo Enem. Até agora só foi definida a forma da prova (com 200 questões de múltipla escolha e a redação), e não os conteúdos, dificultando a didática de preparação para o exame, elaboração de simulados e oferecimento de palestras.

O problema é que a lei federal exige algumas disciplinas obrigatórias no Ensino Médio, como língua portuguesa, matemática, filosofia e sociologia, mas cada estado pode criar o seu próprio currículo escolar, exigir conteúdos específicos e deixar outros de lado. Sendo assim, um estado pode não ensinar determinado assunto e este conteúdo ser cobrado no Enem unificado. Por isso, apenas indicar as áreas gerais a serem cobradas na prova não é suficiente para que cursinhos e escolas de Ensino Médio definam a grade curricular do ano.

E você, já tem alguma opinião a respeito de tudo isso?

3 comentários:

x.braz disse...

O ensino médio sempre se baseou nos vestibulares, por isso essa divisão por áreas poderá dar uma grande contribuição para os currículos, especialmente, para a tão comentada “unificação nacional dos currículos” evitando que em alguns estados sejam ensinados alguns conhecimentos e outros fiquem defasados.
Não quero ser utópico, mas talvez seja até mesmo possível corrigir alguns defeitos do currículo que já deviam ser corrigidos a muito tempo.
Por exemplo, o aluno quando está no ensino médio, não aprende a fazer uma redação que esteja de acordo com o campo que irá atuar, é-lhe passado modelos gerais sem que haja um aprofundamento mais especifico.
Também precisa acabar a leitura de livros de literatura para quem não prestará uma exame para a área de Códigos e Linguagens, pois um precioso tempo é desperdiçado dessa maneira.
Para ficar perfeito, então só precisaria reduzir a quantidade de questões do(s) exame(s).
Acredito na possibilidade de se fazer apenas a prova de UMA das áreas na segunda fase: Prova das Humanas; ou das Linguagens; ou das Exatas; ou das Naturais.

Ou seja:
=> Fase Enem: Exame com conteúdos gerais, trabalhados de forma abragente, baseada no raciocínio
=> Fase Vestibular: Área correspondente ao curso prestado (Humanas, Linguagens, Cálculo ou Naturais, em último caso uma combinação de 2 áreas para cursos técnicos), que podem ser baseados, a principio, na memorização (já que antes do aluno chegar nessa etapa, o ensino já foi falho nesse sentido). Além da redação CONTEXTUALIZADA com á área.

Como a educação é um processo que sempre amadurecendo no ser humano, a avaliação precisa pensar tanto no "avaliar o que foi aprendido" quanto “estimular o que aprender”.
Então, o novo exame poderá contribuir muito com isso. Com toda certeza!

Anônimo disse...

Como muitas pessoas, eu tambem nao gostei da decisão de modificar o ENEM repentinamente como está sendo. Achei interessante o modo de seleção mas acho que eles poderiam elaborar melhor todas es regras e tudo mais sobre o ENEM este ano e aplicar a prova em 2010, assim a prova ficaria melhor elaborada e nós estudantes não sofreriamos tanto impacto,eu, por exemplo, eu estava me preparando para fazer a prova federal desde o ano passado certo de que iria passar, quando me chega a noticia de que tudo iria mudar, "não vai mas ter prova para faculdade federal". Isso mexe com a pessoa.

Dani Araújo disse...

RIDICULO!esse novo enem é um absurdo, provas enormes, (des)humano fazer 45 questões de port e de mat,além da redação no mesmo dia, não precisava adicionar 1 hr e sim simplificar as questões,no final ninguém tinha mais cabeça p responder nada, ou fazer a redação, muito cansativo! a forma de seleção tb não concordo, as pessoas agora vão fazer o que a nota entra e não o que realmente queria, o que vai ocasionar muito abandono de curso. AGORA, mais um absurdo, que foi a proibição de cursar dois cursos em universidades públicas, tem que ampliar as vagas e não limitar as pessoas ao conhecimentos e oportunidades. Fui aluna de escola pública e fui aprovada em universidade pública(estadual), agora fui aprovada na federal e não posso cursar, rs faltando pouco tempo p me formar e tenho que esperar a conclusão e tentar vestibular de novo.
sem falar no "stress" de prova cancelada, mudança de local de prova, prova cansativa, ainda temso que enfrentar o acesso ao sisualuno, passei horas na net p conseguir conectar, só para analisar as notas de cortes e as médias para me basear no próximo enem*, pq não posso cursar mesmo...
isso reolta, eu estudei para alcançar o que queria, as pessoas precisam estudar mais, seja da rede pública ou não... e os governantes parar de "tampar o sol com a peneira" e investir na educação no Brasil e não ficar inventando prouni, reservas de vagas, leis para não ampliar as vagas em universidades e aumentar os gastos...