segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Médicos preferem ficar nas regiões Sul e Sudeste


Você sabia que em 2007 havia um médico para cada 275 habitantes no Rio de Janeiro? E um para cada 400 paulistas? Se você acha que esta é uma cobertura boa para a população e que esta é a realidade em outros estados, então você está totalmente enganado. Neste mesmo período, a proporção de médicos por habitante no Maranhão, por exemplo, era de um para cada 1,5 mil. Pois é, e mais de 400 municípios do país não tem nem um único médico para atender a população local.

Estes são dados coletados e analisados na tese de doutorado de Romulo Maciel Filho, defendida em 2007, no Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. A tese do pesquisador agora deu origem ao livro Rumo ao interior: médicos, saúde da família e mercado de trabalho, escrito com Maria Alice Fernandes Branco. Os autores identificaram que há uma centralização de serviços de saúde, mercado de trabalho e instituições de ensino nas regiões economicamente mais favorecidas do Brasil. Segundo os autores, há 140 faculdades de medicina no país, sendo que 70% se localizam nas regiões Sul e Sudeste, criando uma deficiência de profissionais no Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país.


Novidades do MEC
Na última quinta-feira, o Ministério da Educação suspendeu o funcionamento dos cursos de medicina da Universidade Severino Sombra e do Centro de Ensino Superior de Valença, até que as instituições regularizem-se perante o Ministério. Além disso, a Universidade Metropolitana de Santos (Unimes) precisa diminuir o número de vagas de 80 para 50. A medida é resultado do relatório que pesquisou de agosto a dezembro de 2008, os 17 cursos que tiveram conceitos 1 e 2 no Enade e no IDD (Indicador de Diferença Entre os Desempenhos Observado e Esperado).

As instituições apontadas como problemáticas no ano passado, caso da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), Universidade Iguaçu (UNIG) e a Universidade de Marília (Unimar), já estão se movimentando para solucionar as queixas do MEC em relação aos documentos e números de vagas. Se em seis meses as falhas não forem resolvidas, o curso é descredenciado.

O livro de Romulo e Maria Alice tentou levantar hipóteses para endender por que, mesmo com a garantia de um salário de quase 20 mil reais por mês, há poucos profissionais interessados em atuar em regiões como o Norte do país. A pesquisa pode contribuir para que o governo elabore novas políticas nacionais voltadas para melhor distribuir médicos e incentivar a formação de profissionais cada vez mais competentes. Para saber mais sobre o livro, clique aqui.

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