quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Medicina: grande demanda e alunos mal preparados preocupa MEC

Mais uma vez, o curso de Medicina está na lista de mais procurados do vestibular da Fuvest. De acordo com o balanço divulgado pela fundação, apesar da diminuição em relação ao ano passado, a demanda continua grande. Neste ano, foram 13.379 inscritos (sem contar os treineiros), do total de 138.242 candidatos que farão o vestibular. A relação candidato-vaga também aumentou, de 33,99, para 34,97. Apesar da procura, o curso ocupa a 6ª posição entre os mais concorridos. Em outras instituições de ensino do país, a tendência, que está se repetindo anualmente, é a mesma. Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e na Unesp (Universidade Estadual Paulista), o curso também está entre os mais concorridos para o ano que vem.

A crescente demanda por cursos de Medicina, no entanto, está fugindo um pouco do controle. Como estas instituições não estão absorvendo todos os interessados, novos cursos são abertos e podem funcionar em condições inadequadas.

Na quarta edição do exame aplicado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), por exemplo, que avalia alunos do sexto ano, os índices de reprovação dobraram em relação a 2005. Na ocasião, 31% dos alunos foram reprovados, porcentagem que cresceu para 61% em 2008. No estado, são 31 escolas em atividade, sendo que 5 ainda não têm turmas formadas. Além disso, os resultados apontam que a maioria dos alunos reprovados vem de instituições particulares. O Exame do Cremesp não é obrigatório e não serve de pré-requisito para a habilitação do médico ao exercício da profissão. Porém, é uma ferramenta para avaliar a qualidade dos cursos e o preparo dos estudantes, já que, em dez anos, o número de denúncias feitas junto ao órgão cresceu 140%, o que é preocupante.

No início deste ano, o Conselho Federal de Medicina (CFM) denunciou que oito faculdades no país estão funcionando sem o reconhecimento do Ministério da Educação (MEC), apenas com a autorização de um Conselho Estadual de Educação. O MEC anunciou que pretende “tomar providências” para avaliar com mais cuidado as deficiências dos cursos de Medicina e quais as instituições mais problemáticas, como já foi feito com os de Direito.

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